É o que dizem alguns. Natureza.
Por Natureza, segundo o
dicionário, quer-se dizer “essência dos seres”.
Sendo assim, para iniciar minhas
histórias (relatos ou ficção?) nada melhor do que chamá-las de Natureza, pois
é à minha Natureza que se referem.
Cada um nasce de uma maneira: há
os que nascem inteligentes, há os que nascem burros; há os que nascem com plena
capacidade física, há os que nascem aleijados; há os que nascem bons, e os que nascem maus.
Há os que nascem para obedecer.
E, óbvio: há aqueles que nascem
para comandar, determinar.
Dominar.
Dominar, essa é minha Natureza, a
minha essência.
Mas quem sou? Chamam-me de muitos
nomes: Esposa, Mãe, Filha, Amiga – mas o que mais me agrada, é usado por poucos
– na verdade, por apenas dois. Este nome, desconhecido para a maioria dos que me vêem, é
somente permitido aos poucos que possuem a honra de me obedecer totalmente.
Para eles sou apenas Mistress. Ou
Senhora.
A vocês basta que me conheçam
como Sarah.
É, Sarah – um nome comum – mesmo
que minha vida seja incomum. Bem, não tão incomum assim: tenho meu trabalho:
sou professora de canto e piano. Lido diariamente com a nata da sociedade
belorizontina – ainda há famílias que possuem a ideia de que seus filhos e
filhas devem aprender algum instrumento musical. O piano não é a escolha mais
óbvia: acontece apenas para os que têm dinheiro. Especialmente entre os
emergentes.
Mas não. Não faço parte da
“nata”. Apenas convivo com ela – e muito bem. Depois de anos ensinando seus
filhos e filhas adquiri deferência convertida na moeda mais corrente neste
meio: o respeito social.
Agora, você pode pensar:
professora? De crianças, adolescentes? Que perigo!
Ora, não seja idiota! Sou
Dominadora, não pedófila!
Então é óbvio que meus alunos
nada sabem sobre minha Natureza mais íntima, apesar de que, como é parte
essencial de mim, não pode ser totalmente escondida – ou você acha que escolhi
uma profissão que tenha presciência sobre outras pessoas à toa?
Sim, enquanto professora
determino – sempre com justiça, como é tão característico de mim – mas sempre
determino. Afinal, quem melhor para saber o que é melhor para aqueles sob minha
supervisão?
É óbvio que meu respeito vem de
meus resultados – e os alunos estão sempre chegando. Ou seja, nada comparado a
estas historietas em que o protagonista é sempre ricaço e não precisa se
preocupar com trabalho.
Isso não é normal!
Quanto a mim trabalho para me
manter, manter meus luxos e minhas fantasias.
E quantas fantasias tenho para
manter...
Contar-lhes-ei mais tarde, porque
primeiro devemos conversar. Dar-lhes-ei notícias sobre minha vida e minha
Natureza.
Alguns, ao mergulharem em minhas
letras sentirão asco. Mas o asco apenas traduz o animal que ainda persiste
dentro de todos nós – apesar dos séculos de evolução social. O animal que anda
sufocado, oculto, escondido – por pura conveniência, às vezes. Muitas vezes por
medo das conseqüências sociais que a liberação da besta que reside em nós pode
causar.
Outros, sentirão afinidade.
Mas todos sentirão Prazer. Mesmo que
neguem. Porque o prazer é o meu domínio. A minha arma. Com ele controlo mentes
que dobram-se à minha vontade.
E ainda outros, poucos,
encontrarão em minhas
Letras sua própria Natureza: seja a de Dominar, seja a de se
submeter. E eles agradecer-me-ão eternamente por ter-lhes revelado quem são e
qual caminho trilhar para alcançar a verdadeira felicidade.
Quem sabe com o tempo também
passarão a chamar-me Mistress?
Ou Senhora, tanto faz.
Concedo-lhes o direito de escolher.
Portanto, você é livre. Livre
para percorrer minhas Letras ou para esquecê-las.
Mas, saiba.
Se a escolha que você fizer for
continuar prepare-se, pois, você poderá encontrar-se em minhas páginas.
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