Oi, gente :)
Continuo escrevendo o enredo que vocês já conhecem - o da relação de Senhora com Um e com Dois.
Esta semana eu finalizei o capítulo 38 - lembrando que o livro "Rainha Sarah - Um" (470 pág., R$45) possui 25 capítulos. Na primeira página dele uso a voz da Rainha, minha querida personagem, para fazer uma reflexão sobre padrões estéticos.
Gostaria de dividir com vocês a primeira página do capítulo - como um gostinho do que está por vir e para, quem sabe, fazer brotar uma reflexão?
Vejamos se vocês concordam ou discordam.
(Lembrando que o livro "Rainha Sarah - Um" está a venda pelo email rainhasarah01@gmail.com, na livraria Leitura (Belo Horizonte) e nas livrarias de Conselheiro Lafaiete).
"38 – Sobre aprendizados e abertura de mentes em uma segunda-feira à tarde, parte II
Estamos no terraço, os três – absolutamente nus.
Carne exposta a olhares famintos porque o corpo é um templo – é
sagrado. Por isso deve-se sempre ver sua beleza – fugindo-se de padrões
estéticos estabelecidos, já que jamais importou a construção
arquitetônica do local sagrado – bucólico e pacífico como os budistas ou
assustador e fora dos padrões como os construídos e/ou decorados com
ossos humanos. O que sempre importou foi seu objetivo, seu uso – santo.
Assim como o corpo. A padronização estética rígida limita o acesso a
templos do prazer que poderiam ser até mais livres e menos cheios de
limitações do que aqueles enquadrados no desejo da maioria.
Aí,
caro leitor, pergunta-me você: Não seria hipocrisia dizer que não se
deseja um tipo específico de corpo? Negar que todos estamos, de uma
maneira ou de outra, limitados pela estética – mesmo que esta definição
venha do gosto pessoal?
Sim e não.
Tome meu caso como
exemplo. Acho belos os morenos. Altos e longilíneos. De olhar
penetrante. Acho belos os homens que posam em revistas.
Porém o
grotesco também me atrai o olhar. O deformado, o impuro. Porque há
beleza em todo templo sagrado – o que importa mesmo é que ele sirva a
seu propósito. No caso do corpo, de dar e receber prazer.
Ou
seja, meu gosto estético não me é limitador porque ele, em si, não é
limitado. O velho, o jovem, o feio, o belo, o deformado, o perfeito, o
estranho, o habitual, o masculino, o feminino – todos falam à minha alma
sádica.
Porque no templo corporal concentram-se todas as
nossas sensações conduzidas pelo mais potente órgão sexual – o cérebro. E
o meu cérebro é livre. É hedonista."