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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Padrão estético limitador. Será?

Oi, gente :)

Continuo escrevendo o enredo que vocês já conhecem - o da relação de Senhora com Um e com Dois.

Esta semana eu finalizei o capítulo 38 - lembrando que o livro "Rainha Sarah - Um" (470 pág., R$45) possui 25 capítulos. Na primeira página dele uso a voz da Rainha, minha querida personagem, para fazer uma reflexão sobre padrões estéticos.

Gostaria de dividir com vocês a primeira página do capítulo - como um gostinho do que está por vir e para, quem sabe, fazer brotar uma reflexão?

Vejamos se vocês concordam ou discordam.

(Lembrando que o livro "Rainha Sarah - Um" está a venda pelo email rainhasarah01@gmail.com, na livraria Leitura (Belo Horizonte) e nas livrarias de Conselheiro Lafaiete).



"38 – Sobre aprendizados e abertura de mentes em uma segunda-feira à tarde, parte II

Estamos no terraço, os três – absolutamente nus.

Carne exposta a olhares famintos porque o corpo é um templo – é sagrado. Por isso deve-se sempre ver sua beleza – fugindo-se de padrões estéticos estabelecidos, já que jamais importou a construção arquitetônica do local sagrado – bucólico e pacífico como os budistas ou assustador e fora dos padrões como os construídos e/ou decorados com ossos humanos. O que sempre importou foi seu objetivo, seu uso – santo.

Assim como o corpo. A padronização estética rígida limita o acesso a templos do prazer que poderiam ser até mais livres e menos cheios de limitações do que aqueles enquadrados no desejo da maioria.

Aí, caro leitor, pergunta-me você: Não seria hipocrisia dizer que não se deseja um tipo específico de corpo? Negar que todos estamos, de uma maneira ou de outra, limitados pela estética – mesmo que esta definição venha do gosto pessoal?

Sim e não.

Tome meu caso como exemplo. Acho belos os morenos. Altos e longilíneos. De olhar penetrante. Acho belos os homens que posam em revistas.
 

Porém o grotesco também me atrai o olhar. O deformado, o impuro. Porque há beleza em todo templo sagrado – o que importa mesmo é que ele sirva a seu propósito. No caso do corpo, de dar e receber prazer.

Ou seja, meu gosto estético não me é limitador porque ele, em si, não é limitado. O velho, o jovem, o feio, o belo, o deformado, o perfeito, o estranho, o habitual, o masculino, o feminino – todos falam à minha alma sádica.

Porque no templo corporal concentram-se todas as nossas sensações conduzidas pelo mais potente órgão sexual – o cérebro. E o meu cérebro é livre. É hedonista."